“365 Dias” é o novo 50 Tons de Cinza?
O tão aguardado filme polonês chegou ao catálogo da Netlix, porém, as comparações com o filme 50 Tons de Cinza foram inevitáveis. Com cenas de sexo totalmente explícitas, 365 Dias (365 DNI título original), é uma versão bem piorada da trilogia, apesar de entregar as cenas eróticas que os fãs de 50 Tons sempre esperaram ver nas telonas.
A história do casal protagonista não convence. Se o carisma da atriz Dakota Johnson salvou o filme americano, a protagonista desse, interpretada pela Anna Maria Sieklucka, consegue estragar o que já estava ruim.
Sobre a história
Baseado na trilogia homônima da autora Blanka Lipinksa, o filme conta a história de Laura (Anna Maria Sieklucka), uma executiva que vive um relacionamento sem química, até ser sequestrada por Massimo (Michele Morrone), um chefe da máfia siciliana. Ele estabelece um prazo de 365 dias para que ela se apaixone por ele. Oi?
Uma das principais críticas que o filme vem recebendo é por romantizar a situação pela qual a personagem está passando. Laura fica presa na mansão, ou como Olga, a amiga da personagem diz, “na gaiola de ouro”, sem contato com ninguém.
Por muitas vezes, Massimo passa a mão nas regiões íntimas dela, puxa e a aperta pelo pescoço, mas mesmo assim Laura sente atração por ele. Independente do rostinho bonito e do lugar grandioso, ainda assim é um abuso. Na psicologia, situações como essas são chamadas de Síndrome de Estocolmo, quando uma pessoa sofre intimidação pelo agressor, porém passa a simpatizar e gostar dele.
Protagonistas sem carisma
A motivação do protagonista em sequestrar uma mulher e amá-la sem nem ter conversado uma única vez é muito rasa e sem fundamento. Nunca se viram antes e inesperadamente, Laura se vê presa na casa do Massimo. Foi só pelo fato de ele achá-la bonita por anos? Só uma mente doentia faz isso.
No início, Laura aparenta ser uma mulher independente e segura de si, mas depois vira uma pessoa que necessita ser desejada o tempo todo. As caras de “estou te seduzindo” que ela faz o tempo inteiro chega a incomodar, extrapola o artificial.
Massimo é um Senhor Grey violento. Ele pede várias vezes que ela o ensine a ser gentil, pega Laura pelo pescoço e resolve tudo a base de ameaças. As cenas de sexo deles são bem intensas em vários lugares, na cama, na lancha, no banheiro. Os momentos íntimos do casal é onde eles transmitem uma química mais verdadeira.
50 Tons está diferente…
Em vários momentos o filme lembra cenas de 50 Tons de Cinza, como a parte em que Massimo prende as mãos e pernas da Laura na cama. A cena do baile de máscara e no mar, também lembram Anastasia e Christian Grey. Entretanto, as cenas explícitas do casal são as que muitos fãs gostariam de ter visto no outro filme.
Laura e Massimo trazem um sexo mais bruto, sem romantismos. Na frase “I do not make love, I fuck hard”, dita pelo Mr. Grey, provavelmente o Massimo leu e levou bem a sério. Aliás, a ex dele é outra personagem que lembra bastante a ex-namorada de Christian, a Mrs. Robinson. Ambas não superaram o fim do relacionamento e tentam permanecer na vida deles, fazendo ameaças para as protagonistas.
O final do filme é o que mais impacta, mas como é uma trilogia de livros, podemos esperar um enredo parecido com o de 50 Tons. 365 Dias tem vários problemas de roteiro e nas próprias atuações dos personagens.
Uma das poucas coisas que salvam é a trilha sonora, bem popzinha – ouça Hard For Me, canção do protagonista do filme, Michelle Marrone – e as cenas de sexo. Para quem assistiu apenas com o intuito de ver isso, é um prato cheio. Será que vem uma continuação por aí? Vamos aguardar.
Assista ao trailer (infelizmente não achei legendado):
