50 Tons Mais Escuros
Para quem leu a trilogia da autora E.L. James, 50 tons de Cinza, sabe que o sadomasoquismo é presente constantemente, mas de um modo politicamente correto. Se a história de amor se sobressaiu no primeiro longa, 50 tons Mais Escuros traz o universo muito mais sombrio de Christian Grey (Jamie Dornan) e cenas ainda mais calientes.
Sob a direção de James Foley, o filme conta sobre o que aconteceu com o casal, após o término no último filme. Depois de prometer a Anastasia (Dakota Johnson) não manter um relacionamento regado a regras e segredos, a moça começa a conhecer pouco a pouco o passado obscuro do milionário, enquanto Christian luta com o seu “eu interior”.
50 tons ainda é uma história sobre poder e controle. Christian um homem totalmente problemático, retratado como bom moço por dar tudo o que as mulheres querem, enquanto Anastasia finge ser uma personagem de Charlotte Brontë. Em uma relação visivelmente doentia, ela continua a repetir que é independente, sem regras, livre.
Foto: Reprodução/Universal |
O grande problema na história, é a autora querer justificar as opções de prazer do personagem através dos problemas que ele teve na infância, como o abuso. E ainda transforma-lo no herói da história ao trazer um personagem tão errado quanto, como o novo chefe da Anastasia, Jack Hyde (Eric Johnson), um maníaco que comete assédio sexual. Talvez seja por isso que Christian caiu na graça da mulherada (inclusive eu, nos livros). Tudo de ruim que o personagem traz a Anastasia, é transformado em algo totalmente inofensivo e acaba aguçando o fetiche sexual do público, como se Grey fosse realmente o homem ideal. Mas o sadismo fica somente na cama, não fora dela.
“Eu quero você, e a ideia de que outra pessoa possa possuir você é como uma faca perfurando minha alma negra.”
“Eu quero você, e a ideia de que outra pessoa possa possuir você é como uma faca perfurando minha alma negra.”
Ainda bato na tecla que Jamie Dornan foi uma péssima escolha para o Sr. Grey. O rapaz não tem expressão nenhuma. Toda vez que o vejo atuando, vem a imagem do rosto da Kristen Stwart em Crepúsculo. Sorrindo, chorando, feliz, assustado, o rosto continua o mesmo: pleno.
Foto: Reprodução/Universal |
Já Dakota Johnson foi a escolha perfeita. A atriz transborda carisma e trouxe até características para Anastasia que não é perceptível no livro. Quando a personagem está em cena, ela traz toda uma leveza a história e a cidade de Seattle, que ganhou um tom mais escuro e ficou toda melancólica.
“Lembre-se apenas de que os homens são de outro planeta e tudo vai ficar bem”.
“Lembre-se apenas de que os homens são de outro planeta e tudo vai ficar bem”.
Foto: Reprodução/ Universal |
A trilha sonora assinada por Danny Elfman é totalmente atual e certeira como no primeiro filme. Ela embala hits que o público certamente já baixa no celular no mesmo dia. Ano passado a trilha principal era de Ellie Goulding, com Love Me Like You Do. Esse ano ficou por conta de Taylor Swift e Zyan, com I Don’t Wanna Live Forever.
O que também não deve deixar de ser elogiado são os cenários. Eles retratam muito bem todo esse jogo de poder e sedução que o filme transmite. O Baile de Máscaras, um dos eventos principais do filme, tem figurinos belíssimos.
Foto: Reprodução/ Universal |
Infelizmente alguns personagens não ganharam os devidos destaques, como a Elena (Kim Basinger), ou Mrs. Robinson, como Ana gosta de chama-la, é a melhor amiga da mãe de Grey e a principal responsável por inseri-lo no mundo do BDSM. Quem já leu o livro, sabe que ela é uma personagem importantíssima para a história. O apelido que Ana colocou, vem de uma personagem no filme “A Primeira Noite de um Homem (1967)”. Mrs. Robinson tem um significado sexual muito forte, representando tudo aquilo que os homens desejam numa mulher.
As cenas de sexo foram mais intensas que o primeiro filme, mas considerando que a temática tem um apelo fortemente sexual, o longa ainda está deixando a desejar. Se é pelo medo da crítica ou censura, não sabemos, mas o que podemos afirmar é que a direção do filme precisa ter umas aulinhas com Lars Von Trier e com o diretor Abdellatif Kechiche, de Azul é a cor mais quente.
As cenas de sexo foram mais intensas que o primeiro filme, mas considerando que a temática tem um apelo fortemente sexual, o longa ainda está deixando a desejar. Se é pelo medo da crítica ou censura, não sabemos, mas o que podemos afirmar é que a direção do filme precisa ter umas aulinhas com Lars Von Trier e com o diretor Abdellatif Kechiche, de Azul é a cor mais quente.
Apesar dos inúmeros erros, 50 Tons Mais Escuros manteve a mesma linha romântica do primeiro filme e continua atraindo milhares de fãs para o universo de Christian Grey. Se os livros se tornaram um fenômeno mundial pela leitura “ousada”, o filme apresenta uma história para as “belas e recatas” não ficarem encabuladas.
Assista ao trailer:
Perfeito. Os livros são melhores. Os filmes deixaram à desejar. Parabéns bela análise. Acabei virando uma fã do casal.
Muito obrigada!!!!
Cinquenta tons mais oscuros é muito engraçado. Jamie Dornan é um ótimo ator, é muito talentoso e bonito, não tem filme que não me surpreenda. Recentemente vi em Meu Jantar Com o Hervé, você viu? A participação do ator foi fundamental. Eu acho que é um dos melhores movie drama 2018. Eu gosto muito deste tipo de filmes, eles sempre chamam minha atenção por causa da história muito divertida. Você não pode parar de vê-la.