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Crítica | Sing 2

É impossível resistir a animais cantando hinos da cultura pop! Sing 2 volta com seu carisma e a ambição ingênua de Buster Moon, um koala empresário do entretenimento, cuja paixão é criar espetáculos musicais. Com músicas atuais e antigas, o filme repete a fórmula de sucesso, embalando pais e crianças. No entanto, não deixa de cair nas armadilhas das continuações.

Sing 2 começa um tempo depois dos eventos do primeiro filme. Com a ajuda de Nana, Buster Moon conseguiu reconstruir seu teatro – que ele mesmo destruiu após uma sequência de incidentes catastróficos – e está em cartaz com a peça de Alice no País das Maravilhas. Conforme o espetáculo ocorre, reconhecemos o elenco do filme anterior. Orgulhoso do que criou, Moon está eufórico com a presença de Suki, uma notória olheira de talentos, mas que infelizmente, abandona o show antes de seu final.

Universal Pictures

Implacável em suas críticas, Suki é cruel e diz ao Sr. Moon que ele e seu elenco são uma gracinha, mas não são bons o suficiente para irem além de um teatro infantil do interior. Inconformado, Moon ouve o conselho de Nana e incentiva sua equipe a ir para Redshore (Las Vegas), local referência do showbusiness e de grandes produções. Na cidade, ele convence o maior empresário, Jimmy Crystal, a lhe dar uma chance e criar um espetáculo grandioso. Porém, com uma condição: trazer o astro do Rock, Clay Calloway, recluso há 15 anos, para o show.

Novidades e personagens

Enquanto o primeiro filme é sobre a coragem, resiliência e sacrifício demandados para perseguir seus sonhos, a sequência foca no segundo capítulo: não deixar que os outros definam o tamanho deste! Buster Moon entra numa jornada inspiradora sobre a importância de não dar ouvidos às críticas limitantes e acreditar no seu potencial!

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Os demais personagens também tem seus próprios arcos, como no filme original. Meena tem seu primeiro contato com o amor, e Johnny, o gorila, enfrenta problemas com o excesso de cobrança e a ansiedade. Esse é o enredo mais interessante e que conversa melhor com as crianças que experimentam cada vez mais esse sentimento. Além disso, temos novos personagens: Porcha, a filha de Crystal, Nooshy e Clay Calloway, cujo arco depende da nossa roqueira, Ash!

Os arcos individuais funcionam muito bem, mas a união destes é uma colcha de retalhos. Apesar do enfoque no coletivo e como precisamos trabalhar em equipe para realizarmos nossos sonhos, aqui o enredo geral do filme se perde no exagero. 

Ele sofre ao tentar criar um ponto de conexão entre as aventuras individuais dos personagens, o que prejudica, também, seus arcos, sendo um tanto quanto mais rasos do que no primeiro filme. Rosita, a porquinha mãe, é um potencial constantemente desperdiçado, e sua história poderia ser maior e dialogar com as mães das crianças que também fazem parte da audiência.

Referências 

A figura de Jimmy Crystal é uma clara referência aos lobos do entretenimento, homens brancos abusivos cujo modelo de liderança é o poder da caneta e da influência. Uma crítica que funciona bem para os adultos, quase uma metalinguagem do próprio filme e modelos dos estúdios de cinema. Porém, o filme peca em exagerar o personagem, não lhe dar qualquer dimensão e deixá-lo um vilão raso com atitudes extremas.

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Buster Moon é um excelente empresário do entretenimento, um personagem carinhoso, empático e confiável que nunca permite que sua ambição passe por cima de outra pessoa. Seus sonhos grandiosos são realizados e a animação de Sing é espetacular! As cores são vivas, o senso de profundidade é muito bem trabalhado e o show final é deslumbrante, com efeitos incríveis capazes de hipnotizar e emocionar a todos, desejando que ficássemos um pouco mais no espetáculo que o personagem desenvolveu.

Trilha sonora

As músicas vão de Shawn Mendes, Prince, Alicia Keys até U2, com uma pitada de BTS e vários outros hits! O filme tem uma vibe karaokê deliciosa, ainda mais quando esses momentos estão tão reduzidos em nossa realidade de isolamento e cuidados. O elenco de dubladores é perfeito, temos Sandy, Wanessa, Any Gabrielle, Paulo Ricardo entre outros! Contudo, a única desvantagem é que na cena final, Calloway é dublado pelo próprio Bono, do U2, e suas músicas no filme tem um significado lindo, impulsionado pelo personagem!

Por fim, Sing 2 arranca risadas e é um filme cheio de carisma! As crianças com certeza irão se divertir, assim como aqueles que as acompanharem! Apesar de cair em clichês típicos de continuações, Sing 2 não deixa de nos divertir e aquecer o coração com animais cantando hits atemporais.

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