Crítica | Spencer
Dramático e com intensa carga emocional, Spencer prende a atenção do público até o final do filme por apresentar um outro lado da princesa Diana e pela atuação impressionante de Kristen Stewart.
O longa mostra o que poderia ter acontecido nos últimos dias do casamento da princesa com o príncipe Charles (Jack Farthing). A relação há muito tempo esfriou e embora haja muitos rumores de casos e de divórcio, a paz foi ordenada para as festividades de Natal na casa de campo da Família Real. O evento é repleto de comida, tiro, caça e regras de aparências.
Como Diana é retratada
Diana é retratada como uma mulher extremamente solitária, pressionada pela família, com desejo de viver de um jeito mais simples e sem tantas regras. Kristen carrega um semblante pesado, um olhar de súplica por fuga em um ambiente onde se sente vigiada.
O filme mostra uma relação distante com Charles. Diana sabe que é traída pelo marido, mas não dialoga ou sequer demonstra verbalmente sua insatisfação com a situação. Ela vive reclusa em seu quarto e em ambientes do palácio onde ninguém está. Seus poucos momentos de paz é quando está na companhia dos filhos, William e Harry.
Suas alucinações com Ana Bolena (segunda esposa do rei Henrique VIII, executada em 1536 por adultério) são constantes. O filme também mostra a relação da princesa com os empregados, que relatam cada passo dela.
Destaques positivos
A narrativa do filme pode ser maçante para muitos espectadores, mas a densidade com que ela vivencia todos os dias dentro do palácio também é longa. As cores do filme são frias, acinzentadas, e correspondem com o estado emocional da protagonista.
Nos minutos finais, quando ela consegue um “respiro” de liberdade, a paleta muda para cores quentes, contrastando com toda a tonalidade usada no filme. Outro destaque positivo são os figurinos usados por Kristen, todos assinados pela marca Chanel. Os vestidos, blazers e joias são impecáveis.
Spencer é um ótimo drama, que se destaca ainda mais pela atuação madura de Kristen Stewart e toda a fragilidade mostrada em cena por uma mulher que foi adorada pelo povo, mas vivia infeliz dentro da própria casa.