Dog – A Aventura de uma vida surpreende com história sensível

Dog – A Aventura de uma vida não é o que você espera ao assistir o trailer! Protagonizado e co-dirigido por Channing Tatum, é um drama surpreendentemente profundo que esconde atrás de cada cena de comédia.

A história é sobre o trauma e resgate do ex-soldado de elite Briggs, e da Lulu, uma cachorrinha aposentada do exército. Como um bom filme de cachorro, prepare os lencinhos – e esqueça preconceitos, esse filme pipoca guarda muito mais do que poderíamos antecipar.

Briggs é aposentado por causa de uma série de danos cerebrais devido a traumatismo crânio. Ele acha que está ótimo e pronto para voltar ao combate, mas é contra as regras aceitá-lo de volta. O exército, que considera uma família, parece ter virado as costas.

A sorte parece mudar quando seu antigo comandante apresenta-lhe uma missão: levar Lulu, a cachorra de Rodriguez, para o funeral do soldado e, em seguida, deixá-la na base militar para ser sacrificada. Lulu é agressiva, traumatizada e, por isso, também foi aposentada do seu trabalho. Os dois, que não se dão muito bem, embarcam nessa roadtrip que mudará para sempre seus destinos.

A história surpreende

A história é previsível, mas a profundidade que escolhe depositar em cada caminho tira o potencial genérico que aparentava carregar. Em Dog – A aventura de uma vida, não fala apenas sobre o crescimento da relação entre Briggs e Lulu, mas como um ex-soldado permanentemente ferido é abandonado pelo grupo. Ele não consegue se reinserir na vida civil, trabalho ou carreira. Além disso, não recebe nenhuma assistência psicológica e é descartado como, bem, um cachorro.

Lulu e Briggs possuem, essencialmente, a mesma história. Claro, no início, Briggs carece bastante do carisma de Lulu. É uma pessoa egoísta, inconveniente e performa como o clássico estereótipo de soldado másculo – uma roupa que veste muito bem em Channing Tatum. Porém, é no decorrer da viagem que entendemos melhor sobre o seu contexto, e junto dele aprendemos a enxergar a situação de outra maneira, principalmente pelo trauma de Lulu.

Pontos de reflexão

A cadela é um contraponto interessante, pois também ajuda a perceber a masculinidade tóxica que existe no cerne do pensamento militar. Não pedir ajuda, não revelar suas fraquezas, não se permitir ser vulnerável, por exemplo. É seguro dizer que Lulu salva a vida de Briggs, pois oferece uma percepção da vida que lhe carecia e, com ela, ajuda o ex-soldado a tomar decisões melhores.

Ousado comparar soldados a cachorros, porém é justamente isso que Dog faz – e humaniza as duas figuras. Assim como abraça os paralelos e desperta os lados positivos. Às vezes, precisamos nos afastar e se apoiar em analogias para enxergar de fato a situação.

Dog – A aventura de uma vida é a estreia de Channing Tatum como diretor. Apesar do filme ter muita da personalidade do ator, ele coloca luz sobre os melhores aspectos. Com seu parceiro de direção e produção, Reid Carolin, entregam um filme sensível que sabe utilizar a roadtrip para proporcionar momentos absurdos. E por meio da comédia, constroem o drama que conduz a história. Em suma, um filme pipoca bem feito, ótimo para chorar em um domingo à tarde com a família abraçado a um doguinho.

Assista ao trailer: