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Crítica: A Fera – o terror na savana surpreende!

Para quem estava com saudade do gênero de animais assassinos, A Fera proporciona terror e suspense ideal. 

Protagonizado por Idris Elba, o longa não economiza nas críticas sócio-ambientais e, apesar do ataque selvagem, cria um enredo familiar complexo o suficiente para envolver o público. Além disso, acrescenta um sentimento de união e consciência ambiental.

Após o falecimento de sua esposa e da relação instável com as filhas adolescentes, Nate Samuels (Idris Elba) embarca com a família para Savana africana. Lá é a terra natal da esposa e onde os dois se conheceram. No entanto, o lugar lindo e harmonioso, logo vira palco de um genocídio provocado por uma criatura selvagem. Assim, Nate e sua família se veem refém desse vingativo leão. 

A Fera, roteirizado por Ryan Eagle, acerta em oferecer um contexto sociopolítico da situação. O filme não se torna apenas a demonização da vida selvagem, mas expõe, mesmo que de forma superficial, a complexidade das relações entre homem e natureza. Existem ambientalistas, caçadores, aldeias locais e a reação da natureza, que pode ser adaptativa ou não. Além disso, a relação difícil de Nate com as filhas também é bem desenvolvida, promovendo os clássicos momentos de DR à beira da morte. 

Os personagens têm personalidades bem definidas sem beirar o caricato. As ações são pensadas e coordenadas diante do perigo. As filhas adolescentes ajudam Nate de verdade. Pensam e agem de forma autônoma, não são apenas garotas em perigo. Isto ressalta ainda mais a previsível postura de pai herói, que se apresenta como um líder do grupo e não um salvador milagroso. 

Universal Pictures

Pontos altos do filme

A direção de Baltasar Kormákur é na medida certa. Ele opta por uma câmera que insinua a visão dos personagens. Dá a sensação de encurralar e aterrorizar em planos abertos onde não enxergamos o bicho, mas sabemos que ele está lá! 

O diretor usa a beleza da savana como palco de uma história de terror. A fotografia, mesmo linda, transmite ansiedade. Assim como as filhas de Nate, chegamos no local como turistas animadas achando tudo lindo, até enfrentarmos o que de fato acontece na região. 

Apesar de previsível, a Fera faz alguns ajustes necessários do gênero. O branco salvador não é tão bonzinho assim. As garotas adolescentes pensam e são corajosas. Os animais que atacam não são seres malvados cheio de ruindade no coração. 

A escolha acertada do elenco e um roteiro e direção competentes fazem de A Fera um blockbuster incrementado e surpreendente. Dica final: se você tem problema com sangue, come uma pipoca salgada enquanto assiste.

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