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Crítica: “Desencantada” é tão bom quanto o primeiro filme?

O longa aposta em nostalgia e sarcasmo dos contos de fadas, mas não entrega um felizes para sempre.

Desencantada começa onde o clássico de 2007 nos deixou, e com o elenco original reunido. Giselle não se adaptou a Nova York e, mesmo após ter se casado com seu verdadeiro amor, parece não ter encontrado o Felizes para Sempre dos contos de fadas.

O filme contêm todos os elementos que ganharam o coração do público em Encantada: sátiras dos contos de fadas, personagens legais, referências aos clássicos da Disney e músicas contagiantes. Porém, faltou um propósito claro além da nostalgia.

Lidar com adolescentes nunca é fácil. A relação de Morgan (Gabriella Baldacchino) e Giselle (Amy Adams) vive um conflito marcado por musicais fora de hora e sarcasmo, que se agrava com a mudança de cidade.

Giselle convence a família a se mudar para o subúrbio, um local mais perto da natureza, calmo e que remete à Andalesia, sua terra natal. A relação das duas desanda de vez quando Morgan a chama de madrasta. Desolada, Giselle usa magia para realizar um pedido que não sai como o planejado – e a coloca como vilã do filme.

O enredo da madrasta má está em todos os detalhes da história, que se baseia, principalmente, em Cinderela, Rapunzel e Branca de Neve. É muito divertido observar os elementos clássicos dos contos de fadas e como eles encaixam nas referências. 

Divulgação / Disney

O filme é repleto de magia – praticamente uma personagem da história e que se manifesta de diversas formas. Além disso, o figurino e o cenário estão impecáveis. Saí da mundana Nova York para uma cidade idêntica a um conto de fadas.

As vilãs são tudo!

Além de Giselle, o filme conta com a vilã Malvina, interpretada por Maya Rudolph. A impressão é que ela foi feita para viver uma sátira de rainha má e faz isso com naturalidade e maestria.

As duas atrizes protagonizam os melhores momentos, incluindo a música mais divertida. Outro ponto característico do gênero: os vilões tem as melhores músicas!

Divulgação / Disney

No entanto, toda a nostalgia não é suficiente para segurar uma história sem um propósito claro. Apesar de conter todos os bons elementos, muitos pontos ficam soltos.

A história mostra a linda relação entre mãe e filha, mas se perde no excesso de referências e conceitos. Tudo fica fácil demais, como se deixassem de lado os pontos mais particulares da trama.

Robert (Patrick Dempsey) está completamente avulso e perdido na história. O filme traz a nostalgia de revisitar a vida de personagens queridos, mas não consegue se livrar do fantasma que assombra essa onda de continuações não-planejadas: talvez não precisássemos dessa história.

Com um visual deslumbrante e o carisma de Giselle e seus amigos, Desencantada diverte, aquece o coração, mas não cria momentos e músicas marcantes como Encantada. A verdade é que a magia do amor funciona melhor quando é mais simples.

Desencantada estreia hoje (18), no streaming do Disney Plus.

Assista ao trailer:

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