A Nona Vida de Louis Drax
A Nona Vida de Louis Drax foi sem dúvidas, uma das gratas surpresas cinematográficas de 2016. Baseado no best-seller homônimo de Liz Jensen, sua narrativa é composta de muito suspense, drama, fantasia e reviravoltas.
A história é narrada pelo gracioso Louis Drax (Aiden Longworth), que conta como desde bebezinho se tornou um menino propenso a acidentes. No seu aniversário de nove anos, acaba caindo de um penhasco e falece por duas horas, mas misteriosamente acorda e entra em coma. O doutor especialista em comunicação com pessoas em estado de sono profundo, Allan Pascal (Jamie Dornan), é chamado para salvar o garoto e tentar desvendar o que realmente aconteceu. Ao mesmo tempo, fatos estranhos começam acontecer no hospital enquanto a mãe de Louis, Natalie (Sarah Gadon), permanece ao lado do filho e o pai, Peter (Aaron Paul), continua desaparecido.
O diretor Alejandro Aja (“Do Outro Lado da Porta”) já tem uma vasta experiência com filmes de terror e suspense. Ainda bem que diferente de suas últimas direções, esse filme consegue prender o público com maestria, seja pelas interpretações (James Dornan surpreendeu por finalmente ter alguma expressão, diferente de seu personagem Mr. Grey, de 50 tons de Cinza), ou a dúvida sobre o que realmente aconteceu com o menino, se existe algum culpado. Os flashbacks, diferente de outros filmes, também funcionam muito bem aqui.
Foto: Divulgação |
Os diálogos de Louix com o seu psicólogo, Dr. Perez (Oliver Platt) são os mais reveladores. Eles trazem um lado da psicanálise que muitos afirmam, o caráter e formação de uma pessoa é desenvolvido pela construção de momentos que ela vive desde que nasce.
As falas do garoto são sempre com ironias, deboches, perversão e violência. Em uma das cenas, o menino justifica que mata seus hamster por seguir “a lei do descarte”, então de uma forma macabra, ele pode matar eles quando quiser. Mas por outro lado, sua inocência está ali, escondida, pois no coma, ele relata suas lembranças para um “monstro de algas”, que tem muito mais a dizer ao longo filme.
As falas do garoto são sempre com ironias, deboches, perversão e violência. Em uma das cenas, o menino justifica que mata seus hamster por seguir “a lei do descarte”, então de uma forma macabra, ele pode matar eles quando quiser. Mas por outro lado, sua inocência está ali, escondida, pois no coma, ele relata suas lembranças para um “monstro de algas”, que tem muito mais a dizer ao longo filme.
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É inevitável não se lembrar das produções do mestre do suspense, Hitchcock. Mistério, voyerismo, aprofundamento nos medos dos personagens e muitos suspeitos. A presença de Sarah Gordon lembra muito a da atriz Kim Novak, no filme “Um Copo Que Cai“. Enfim, ele têm um “Q” inquietante.
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A Nona Vida de Louis Drax é um filme infantil, porém sombrio, que conta com boas atuações para narrar um suspense que promete surpreender o público!