O Diário de Bridget Jones
Mesmo lançado no ano de 2001, Bridget Jones se tornou inesquecível por trazer de um jeito simples e engraçado, questões que uma hora na vida, todas nós mulheres vamos passar. É o que chamamos na literatura de chick lit, gênero moderno da ficção que aborda assuntos femininos.
Depois de mais uma entediante e catastrófica noite de ano novo, Bridget (Renée Zellweger) resolve mudar de vida. Ela usa o seu diário para atingir todas as suas metas: emagrecer, parar de beber e fumar, arrumar um emprego e um namorado.
O filme aborda muito o lado psicológico das mulheres que chegam a casa dos 30, a famosa crise de meia idade. Apesar de Bridget ter todo um jeito atrapalhado e fofissímo de ser, ela não consegue viver do jeito que é: bebe muito, fala palavrões, faz sexo casual, mas tenta se dominar para que a sociedade a aceite bem.
E de um jeito cômico, é mostrado o quão as mulheres são cobradas pela sociedade para namorar/casar e engravidar, deixando o lado profissional pra depois e mantendo a vida pessoal como a principal meta de vida de uma mulher. O bom é que de 2001 adiante, as coisas mudaram muito. Felizmente as mulheres estão tomando cada vez mais conta do mercado e deixando o cargo “do lar” para depois. Enfim, voltando ao filme.
Ansiosa para namorar, ela acaba se relacionando com dois rapazes: Daniel (Hugh Grant), seu chefe cafageste and mentiroso e Mr. Darcy (Colin Firth), um advogado rabugento. Como não se atentar a referência para o Mr. Darcy de Orgulho e Preconceito? Mesmo orgulhosos, ambos não conseguiram deixar de se entregar ao amor.
O roteiro do filme é simples, mas nunca deixará de ser contemporâneo, por abordar justamente as questões femininas. A narrativa é cheia de ironias ao modo britânico. As cenas de Bridget com seus amigos no bar lembram muito Carrie Bradshaw e a turma de Sexy and The City (saudades).
Algumas cenas do filme são muito engraçadas, como calcinha extra larga e bege na primeira transa, quando “esquecem” de avisar pra ela que a festa a fantasia foi cancelada e coitada aparece de coelhinha sexy, e também a sua primeira experiência como repórter. Ela vira meme de um vídeo por pagar um mico quase king kong no Corpo de Bombeiros, ao vivo!
O mais legal é que as coisas vão acontecendo naturalmente, sem pressa, como se realmente tivéssemos lendo o diário dela. Hora, Bridget está trabalhando, na casa dos pais, ou na festa da firma, e hora ela está comendo o potão de sorvete em casa, assistindo um filme entediante, ou ouvindo uma música triste na maior sofrência. “Gente como a gente” da vida real.
Renée certamente ficará marcada com esse papel e não é pra menos, ela está brilhante. Na época, ganhou mais de dez quilos e ficou com um incrível sotaque inglês. Foi indicada as principais premiações, como Oscar e BAFTA.