Um Lugar Silencioso: Dia Um | Crítica
Trazendo muito mais questões sentimentais do que o que de fato desencadeou o início do apocalipse, o spin-off “Um Lugar Silencioso: Dia Um” mostra como foi o primeiro dia em que os alienígenas cegos, mas sensíveis a qualquer tipo de ruído, invadiram a Terra. A partir dali, o mundo ficou em completo silêncio, pois o menor resquício de barulho se tornou fatal.
A história da franquia (2018 e 2021), estrelada por Emily Blunt e dirigida por John Krasinski (“The Office“), fez um enorme sucesso entre o público devido à tensão constante do começo ao fim.
Agora, dirigido por Michael Sarnoski (“Pig: A Vingança“), o filme continua apostando na tensão auditiva e no visual sombrio para criar um ambiente angustiante. Na história, Sam (Lupita Nyong’o – “Nós“), uma paciente terminal de câncer, viaja para Manhattan, Nova York, com seu enfermeiro (Alex Wolff) e outros pacientes para assistir a uma peça de teatro e comer pizza no lugar onde seu pai costumava levá-la quando era criança, realizando assim seu maior desejo.
Mas, antes que consiga concretizá-lo, a chegada de terríveis criaturas começa a matar a população e destruir a cidade. Acompanhada de Frodo, seu gato de apoio emocional, Sam não tem grandes ambições para o futuro, apenas deseja realizar sua última vontade.
O filme aposta em cenários de grande caos, contrastando a movimentada e caótica Nova York com sua versão completamente destruída e silenciosa após a invasão.
No início, as pessoas não sabem que o silêncio é a arma mais poderosa para sobreviver. Enquanto gritam por socorro ou por seus parentes perdidos, são mortas instantaneamente.
Enquanto tenta sobreviver, Sam conhece o advogado Eric (Joseph Quinn – “Stranger Things”), que sofre de constantes crises de pânico. Juntos, eles descobrem dia a dia as novas regras de sobrevivência enquanto continuam tentando realizar o último desejo de Sam.
Atuação impecável
Lupita Nyong’o e Joseph Quinn demonstram forte conexão em cena, e seus rostos expressivos são o grande foco da câmera durante a história. O close-up é bastante utilizado no filme para destacar as emoções afloradas dos personagens.
Ganhadora do Oscar pelo filme “12 Anos de Escravidão“, Lupita sabe brilhar nas telas como ninguém, e Joseph não fica atrás!
Cenas agoniantes como a do metrô, onde os protagonistas estão quase submersos na água dentro do túnel fugindo do monstro enquanto Eric tem uma crise de pânico, criam toda uma atmosfera de tensão. Mas nenhuma ainda supera a cena do prego na escada protagonizada por Emily Blunt em “Um Lugar Silencioso“.
Apesar de entregar uma atmosfera de muita tensão e destacar o sensorial, o spin-off foca muito mais no drama dos personagens. Ele não explora de fato o que desencadeou o “Dia Um”, deixando o terror um pouco de lado (explorado com mais intensidade em 2018) e focando mais no drama dos personagens.
Assim, “Um Lugar Silencioso: Dia Um” prende a atenção do espectador do começo ao fim, se concentrando na conexão e emoções geradas entre dois seres humanos que aprendem a sobreviver em um apocalipse enquanto lutam contra seus próprios demônios.