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Hellboy e o Homem Torto | Crítica

Cinco anos após seu reboot estreado nos cinemas, o icônico Hellboy está de volta. Baseado nos quadrinhos homônimos criados por Mike Mignola, em “Hellboy e o Homem Torto“, o protagonista (Jack Kesy) e o agente novato da Agência de Investigações Paranormais B.P.R.D. Tom Ferrell (Jefferson White“Guerra Civil“) ficam presos na zona rural dos Apalaches.

Lá, eles descobrem uma pequena comunidade assombrada por bruxas e liderada pelo demoníaco Homem Torto. Ele é um líder local com uma conexão sombria com o passado do protagonista.

Ambientada em um cenário rural e sem envolver o destino do mundo, a história do novo filme se diferencia de outras adaptações e cria uma atmosfera única, o que pode ser considerado um dos pontos altos do filme.

Contudo, o diretor Brian Taylor (“Motoqueiro Fantasma – Espírito de Vingança“) parece mais focado em seguir os clichês “cruciais” para um horror contemporâneo, usando todos os truques até o limite.

Mais uma adaptação fail

A HQ, publicada pela “Dark Horse Comics” em 2008, foi muito elogiada na época ao usar tradições folclóricas dos Apalaches com um tom sombrio, além de inserir fortes elementos do terror e ruralidade na história.

Mas quando se define um filme como “igual aos quadrinhos”, existe o risco de apenas replicar. Esse é o caso deste novo longa que tem um orçamento modesto e, em certas ocasiões usa isso a seu favor. O que funciona em uma linguagem não é garantia de um sucesso universal, precisa passar por adaptações.

Mesmo nas tarefas mais simples, como fazer um jumpscare, ele falha. Até tenta introduzir alguns conceitos, como a câmera distorcida, mas soa mais do que o necessário.

As cenas de ação também enfrentam desafios. Com cortes abruptos e uma montagem que prejudica a compreensão do espaço e do movimento, leva a uma experiência confusa.

Apesar de ter personagens nada carismáticos e até mesmo caricatos, a caracterização é um dos destaques positivos. A maquiagem e o figurino são elementos que contribuem para o público imergir na história.

Hellboy e o Homem Torto” tem um roteiro que se ajusta ao tamanho da sua proposta, mas falta criatividade e um bom uso dela. Adaptar uma HQ para o cinema exige mais do que apenas seguir a história.

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