Missão: Impossível – O acerto final|Crítica
Uma das maiores franquias de ação do cinema, “Missão: Impossível – O Acerto Final” marca talvez a despedida de Tom Cruise no papel de Ethan Hunt do único jeito possível: protagonizando sequências insanas e pronto para se sacrificar em prol da humanidade.
Para quem nunca acompanhou a saga, o começo traz um breve resumo dos eventos marcantes dos filmes anteriores, preparando o terreno para a missão definitiva.
Ethan Hunt está fora do jogo, mas não por muito tempo. Recrutado pela atual presidente dos EUA, Erika Sloane (Angela Bassett), o agente é convocado para enfrentar novamente a maior ameaça de sua carreira: a Entidade. A inteligência artificial fora de controle retorna ainda mais poderosa.
Com planos de assumir o comando do arsenal nuclear global, a I.A. pode levar o mundo à destruição. E ao que tudo indica, Ethan é o único humano capaz de impedi-la.
Se reunindo novamente com seus parceiros Luther (Ving Rhames), Benji (Simon Pegg), Grace (Hayley Atwell) e os novatos Degas (Greg Tarzan Davis) e Paris (Pom Klementieff), todos partem numa corrida contra o tempo para a maior tarefa de todas: salvar o mundo.
A última missão de Ethan Hunt
Com direção de Christopher McQuarrie, nesse capítulo final, a narrativa transmite um senso de urgência, reforçando que essa pode ser a missão final de Ethan Hunt. A gravidade da ameaça e o impacto emocional nos personagens com a possível chegada de uma terceira guerra mundial estão mais intensos do que nunca.
Diferente dos filmes anteriores, que mesclavam ação e um humor ácido, aqui o tom se torna mais dramático. O roteiro explora o medo real que uma inteligência artificial avançada pode provocar, especialmente em um mundo marcado pela manipulação de informações.
O filme, porém, não escapa de deslizes. Apesar do habitual toque de insanidade das cenas de ação, algumas ultrapassam os limites do plausível.
A sequência subaquática, por exemplo, é muito impressionante e claustrofóbica — e, claro, Tom Cruise dispensa, literalmente, dublês — mas o desfecho beira o impossível até para um filme Hollywoodiano de ação.

Outro ponto que pesa é o ritmo: as cenas de ação por vezes se estendem demais. Enquanto os diálogos são bem construídos, principalmente entre personagens com arcos interessantes, alguns momentos se alongam além do necessário.
O duelo entre Ethan e Gabriel (Esai Morales) no monomotor, por exemplo, começa eletrizante, mas perde ritmo com o tempo.
Curiosidade: Tom Cruise, no auge do talento e coragem, realmente realizou a cena pendurado na asa do avião. Em entrevista, revelou as dificuldades físicas de executar acrobacias tão desafiadoras enquanto desafiava a gravidade.
Mas esses detalhes não tiram do último filme o peso do adeus. O longa consegue se despedir de forma muito satisfatória do personagem que marcou por décadas a história do cinema.
Seja mergulhando, se pendurando em aviões, saltando de paraquedas ou realizando outros malabarismos, Tom Cruise se entrega em todas as cenas — e cumpre a promessa: fechar com chave de ouro a saga do protagonista.
No fim, “Missão: Impossível – O Acerto Final” é um tributo ao legado de uma das maiores franquias de ação da história, com uma mensagem clara: nenhuma missão é realmente impossível para Ethan Hunt.