Medo Profundo – O Segundo Ataque
Há muitos filmes de tubarões com o intuito de aterrorizar os personagens e o espectador na sala de cinema. Em Medo Profundo – O Segundo Ataque, os clichês continuam bem presentes, mas com um diferencial: seu cenário claustrofóbico é muito mais agoniante que o próprio tubarão.
A história começa com uma família que se muda para o Havaí. Mia (Sophie Nélisse) e Sasha (Corinne Foxx) não se dão nada bem. As duas são irmãs, filhas do mesmo pai, mas com mães diferentes, pois a mãe de Mia morreu. Ela sofre bullying na escola, aparentemente sem motivo e Sasha, por vergonha, não defende a irmã. Preocupados com a relação das duas, os pais Grant (John Corbett) e Jennifer (Nia Long) fecham um passeio de barco para observar os tubarões, onde toda a turma da escola vai. Antes de irem,o pai entrega a Mia, um dente de Tubarão branco achado na região. Mal sabem o que as esperam.
De última hora, as amigas de Sasha, Alexa (Brianne Tju) e Nicole (Sistine Stallone) as convencem a ir para um outro passeio, um lugar paradisíaco que esconde uma caverna secreta e ruínas no fundo do mar. Como já previsto, elas resolvem mergulhar, mesmo sem proteção ou na companhia de algum profissional, com o intuito de apenas conhecer o local e retornar rapidamente à superfície. Óbvio que tudo desanda e após um acidente, as adolescentes ficam presas em um labirinto claustrofóbico. Como desgraça é pouca, elas notam que estão acompanhadas de diversas espécies de tubarões e ninguém sabe que elas estão lá.
A história do filme não tem nenhuma ligação com o primeiro, lançado em 2017, ambos sob a mesma direção de Johannes Roberts. O filme não tem preocupação em criar um vínculo das personagens com o público e se atenta somente em pincelar rapidamente a vida das duas irmãs para o filme ter uma introdução. É muito fácil saber quem vai morrer e quem vai sobreviver.
Mesmo cronometrando a todo momento a porcentagem de oxigênio do quarteto, que só diminui, a aflição principal começa quando Nicole causa um tumulto e tudo desmorona. O cenário é muito escuro e elas ficam em um local extremamente estreito. Só ouvimos o som abafado dá água e da respiração delas e, quando o primeiro ataque acontece, somos inundados de gritos e extrema agonia até o final.
O tubarão em si não tem uma presença recorrente e assustadora para o público. Ele aparece em cenas pontuais e, susto mesmo, só é dado apenas uma vez. Enquanto a Nicole é a típica personagem fútil e sem personalidade, Alexa ganha espaço, causando mais empatia do que as outras protagonistas. Com toda a situação trágica, as amigas se unem para sobreviverem e as irmãs finalmente deixam as diferenças de lado.
O desfecho do filme não é nada surpreendente, mas algumas cenas pontuais são inesperadas – muito menos o final, com o enquadramento em câmera lenta, mais cafona, impossível. Medo Profundo – O Segundo Ataque é cheio de adrenalina e entre muitas falhas, seu clima angustiante consegue prender o espectador.
Assista ao trailer: