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Arca de Noé | Crítica

A animação infantil brasileira “Arca de Noé” une a clássica história bíblica com os poemas de Vinicius de Moraes. Com um elenco de vozes estrelado, incluindo Rodrigo Santoro e Marcelo Adnet como protagonistas, o filme mergulhando o público na poesia musical brasileira através dos animais.

A trama acompanha a dupla de ratinhos, o músico Tom (homenagem a Tom Jobin) e o poeta Vini (Moraes). Os inseparáveis amigos sonham em se tornar artistas reconhecidos, mas por serem ratos, ninguém os leva a sério.

Surpreendidos por um anúncio divino que um dilúvio de 40 dias e 40 noites está prestes a acontecer, apenas um macho e uma fêmea de cada espécie terão permissão para embarcar na Arca de Noé.

Além da jornada para não se separarem, começa uma disputa dentro da arca entre os animais por território e alimentos. A solução encontrada é um concurso musical, no qual o vencedor poderá dominar a área durante a viagem.

Apesar da história se prolongar em momentos desnecessários, os personagens cativantes dominam a cena e a música contagia em vários momentos.

Por outro lado, se a narrativa se dedica a conquistar os menores, as músicas de Vinicius de Moraes e Tom Jobim, como “A Casa” e “Lá Vem o Pato“, têm o poder de tocar o coração dos adultos, especialmente da “geração X” e dos “millennials“, que cresceram ouvindo essas canções.

Lázaro Ramos, Bruno Gagliasso, Alice Braga, Gregorio Duvivier, Débora Nascimento e Heloisa Périssé são alguns dos atores que fazem parte do elenco estrelado.

Créditos: Reprodução

Arca de Noé pode naufragar com os adultos

O erro do filme é na tentativa forçada de se atualizar através de gírias e piadas forçadas. Citam até mesmo o TikTok em uma das cenas. Embora as intenções sejam de conectar com o público mais jovem, essas tentativas acabam soando forçadas e desconectadas do tom geral da história.

Os personagens, embora carismáticos, são excessivamente clássicos, como o leão Baruk, que carrega o estereótipo de vilão até demais. A insistência em dominar o território da Arca chega a ser repetitiva e, por vezes, irritante.

Já o duelo musical é um dos momentos mais legais, onde as canções clássicas entram em cena. Entre acertos e falhas, “Arca de Noé” é uma animação que consegue equilibrar a diversão para o público infantil com a nostalgia e a beleza da música brasileira.

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