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Brinquedo Assassino

Quem acompanhou os filmes do Chucky nos anos 80/90, sabe que o boneco ruivinho metia medo real com sua cara medonha de capiroto. Nesses filmes, ele realmente era possuído, mas acompanhando a geração dos millennials, deram uma repaginada e agora ganhou uma versão pra lá de moderna, através da inteligência artificial. 


Mais que um brinquedo, ele é o seu melhor amigo. Após um desentendimento na empresa, um funcionário altera todas as funções de um boneco Buddi na fábrica, fazendo com que ele fique sem limites. De aniversário, Andy (Gabriel Bateman) ganha de presente de sua mãe, Karen (Audrey Plaza), justamente o boneco mais aguardado dos últimos tempos. Altamente tecnológico, ele pode se conectar a qualquer dispositivo inteligente da Kaslan, empresa responsável por sua fabricação. No entanto, quando crimes estranhos começam a acontecer, eles passam a suspeitar que o brinquedo pode não ser tão inofensivo quanto parece.


Foto/Divulgação: Imagem Filmes


A nova aparência do Chucky acabou ganhando muitas críticas. Ele está com uma cara de filtro do Snapchat + harmonização facial. O objetivo do rosto amigável é justamente esse, criar um vínculo de melhor amigo com uma criança da geração Y, muito ligada à tecnologia. Eu achei que esse é o melhor Chucky por motivos de: o boneco saiu da caixinha (segura esse trocadilho) e tem um lado cômico muito forte, mas ao mesmo tempo entrega a mensagem pretendida, de que a inteligência artificial também tem seus grandes perigos e – o principal: eles não precisaram se apegar a um boneco possuído para fazer um bom filme. 

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Apesar do boneco assassino ser a  peça principal do filme, o garoto Andy rouba a cena com a interpretação do ator Gabriel Bateman, que já participou de outras franquias de terror, como Annabelle. Andy está passando por uma fase de adaptação na nova cidade. Sem amigos, ele fica sozinho boa parte do dia na internet, esperando a mãe voltar do trabalho. O ator transmite com muita verdade feições de medo, tristeza e angustia. Alguns atores há tempos na mídia deveria ter aulas com ele. 

Foto/Divulgação: Imagem Filmes



Se um dos funcionários não tivessem mexido na programação, o Buddie do Andy teria funcionalidades bem legais. Ele ajuda a criança nas tarefas e em casa, pede carros por aplicativo, fala como um humano e até  parece demonstrar sentimentos. Ele fica mal quando o dono fica chateado com ele e muito feliz quando os dois brincam. Andy vê nele um melhor amigo que nunca teve, mas percebe que a relação começa a ficar estranha quando o boneco começa a cometer maldades para protege-lo de todos que considera uma ameça, baseado nas palavras de Andy e nos comentários que o garoto faz sobre as pessoas, como em uma cena em ele vê o garoto assistindo O Massacre da Serra Elétrica e gargalhando e pega uma faca para fazer o que o melhor amigo “parece gostar”. A cada coisa que faz, pergunta: “Estamos nos divertindo, Andy?”. 

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O roteiro é bem desenvolvido e tudo é muito bem explicado. Quando o boneco começa a cometer os assassinatos brutais, ninguém acredita em Andy e até duvidam da sanidade mental do garoto. O elenco é foi bem escalado, mas alguns personagens poderiam ter sido mais úteis, como  o detetive Mike Norris (Brian Tyree Henry), que parece mais um daqueles policiais de filme de comédia, que só descobre tudo no final do filme. Já a mãe de Andy, Karen (Aubrey Plaza) é uma personagem que cativa facilmente. Cria sozinha o filho, trabalha insatisfeita no trabalho, em uma grande loja que vende vários “Buddies” e começa a ficar assustada com o comportamento do filho. 

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Lars Klevberg produziu um filme de terror com um lado cômico muito bom. O final trash é previsível mas não fica em nenhum momento sem um ar de suspense. A musiquinha que toca no início e no final do filme lembra muito a do Toy Story e até remete às lojas de brinquedo, mas essa do Chucky está longe de ser uma fofínea store. Boneco Assassino vale o ingresso para as pessoas conhecerem o Chucky em uma versão tecnológica, à la black mirror. 

Assista ao trailer:



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