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Brooklyn

(Foto: Divulgação)

O longa dirigido por John Crowley foi uma grata surpresa! Na sinopse eu já tinha suposto ser uma história interessante e delicada, mas ao ver o filme, simplesmente me surpreendeu pela riqueza nos detalhes, os diálogos tão envolventes de cada personagem.


Na década de 50, uma jovem irlandesa chamada Ellis Lacey (Saoirse Ronan) recebe uma oportunidade de trabalho no Brooklyn, EUA, graças a sua irmã Rose (Fiona Glascott). Cansada de não receber oportunidades e não ver nenhum futuro para si em seu país, resolve partir. Quando ela se muda e se vê sozinha do outro lado do Oceano, começa a se sentir perdida, em muitos momentos sozinha e desamparada. 


(Ellis partindo para a América. Foto: Divulgação)


Morando na pensão feminina da Sr. Koeh (Julie Walters) com mais cinco moças, Ellis trabalha durante o dia em uma fina loja de tecidos e a noite estuda Contabilidade, graças ao investimento do padre em seus estudos.

As moças, com seus diálogos irônicos de maneira agradável e até cômico, me lembraram muito as irmãs de Lizzy Bennett, em Orgulho e Preconceito, da genial Jane Austen. Elas tiram sarro de tudo, tentam tirar proveito de situações, mas no fundo não são más, só querem arrumar o quanto antes um bom partido.

Trocando cartas melancólicas com sua irmã, tudo muda em uma noite, quando decide acompanhar as meninas da pensão em um baile.



(Foto: Divulgação)
É nessa noite que ela conhece Tony, um descendente de italiano que após tirá-la para dançar, a vida dos dois muda completamente. O amor deles é puro, porém forte. Nasceu cauteloso da parte de Ellis, que se entregou aos poucos enquanto Tony escancarou seu sentimento aos quatro ventos. É engraçado ver o quão ela vai mudando após se envolver com ele, quase outra pessoa, e todos a sua volta começam a reparar no quanto ela está diferente e feliz, desempenhada em seus afazeres e começa a enxergar o Brooklyn como uma lar.

(A reação dos homens ao verem uma mulher de maiô pela primeira vez é demais! Foto: Divulgação)

O filme parece uma novela das seis, onde cada cena é um novo capítulo sobre o que vai acontecer na vida da mocinha, seus dramas, seus anseios, até a chegada do seu par romântico. Quando vi que estava chegando ao fim, torci muito para que tivessem muito mais continuações, só para saber mais sobre a vida de Ellis e Tony. 

Por um motivo (não darei spoiler) a Ellis precisa voltar para a Irlanda, e lá as coisas tomam outro rumo, mudando outra vez sua vida. Ela tem que decidir se escolhe sua terra e a vida em que deixou para trás, ou a vida que construiu junto com Tony. Dentro de seus conflitos entre querer e princípios, acaba percebendo que o verdadeiro lar é aquele onde as pessoas acolhem, onde você sente proteção.


(Ellis de volta a Irlanda. Foto: Divulgação)
“Sentirá tanta saudade que vai querer morrer, e não há nada que possa fazer a respeito, além de esperar. Mas vai esperar. E isso não vai te matar. E um dia, o sol sairá. Talvez não note de imediato, mas vai sentir. E logo se dará conta de que está pensando em algo mais. Em alguém que não tem ligação com o passado. Alguém que é só seu. E então vai perceber… que este é o lugar onde sua vida está.” 
(Foto: Divulgação)

O filme é bem direcionado aos Irlandeses (uma linda cena é quando um Irlandês começa a cantar uma música tradicional deles para outras dezenas que nunca mais pisaram na Irlanda, emocionando a todos, inclusive nós espectadores), mas também enaltecendo o quão grande era a busca pelo sonho de construir um futuro melhor na América.

Para quem assistiu Desejo e Reparação, o romance inspirado no livro homônimo da – olha ela de novo – Jane Austen, vai reparar no quanto a atuação de Saoirse amadureceu (ela fez Briony, a irmã mais nova de Cecilia (Keira Knightley). 

Os membros da academia do Oscar sempre colocam um filme sem grandes ações, mas com histórias fortes nas categorias de melhor filme, Brooklyn faz as honras da casa esse ano (Wiplash (2015), Juno (2008) e Pequena Miss Sunshine (2007) foram alguns da lista dos anos anteriores) e também foi indicado como melhor atriz e melhor roteiro adaptado. O longa foi inspirado na obra do autor Colm Tóibín, que infelizmente ainda não tive a oportunidade de ler, mas com certeza já está na minha lista de leitura desse ano.

(Foto: Divulgação)




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