Crítica | As Agentes 355
Todos merecem viver seu clichê! O novo filme de ação, As Agentes 355, entrega uma espionagem clássica protagonizada por mulheres! Jessica Chastain acreditou na sua ideia e produziu o longa com um propósito: diversão com belas e irônicas pitadas de feminismo.
Mace (Jessica Chastain) é uma agente da CIA designada a missão de recuperar um dispositivo super tecnológico capaz de hackear qualquer sistema do mundo, incluindo aviões, celulares e usinas nucleares. Mas logo fica claro que a agente tem um histórico complicado com Nick (Sebastian Stan), seu parceiro nessa missão.
Em Paris, a missão dos dois é arruinada e percebemos que existem outras pessoas boas e más atrás dos dispositivos poderosos. Posteriormente, as outras super estrelas do elenco, Lupita Nyong’o, Diane Kruger e Penélope Cruz, aparecem e, inevitavelmente, formam uma equipe.
Mulheres no poder!
Apesar de não trazer nenhuma novidade a narrativa, As Agentes 355 entrega um filme de espionagem competente cuja mensagem está nas entrelinhas da história. Primeiramente, o foco é no poder das garotas e como elas tiveram que trabalhar o dobro para fazerem um filme descontraído. Os homens consagrados dos filmes de ação não têm o currículo dessas atrizes e nem é exigido que o tenham.
Focado nas mulheres, o filme é escrito de forma a atribuir a cada uma das espiãs uma personalidade diferente. A função de cada uma na equipe é clara, mas elas são interessantes o suficiente para não caírem em estereótipos pré-fabricados. Penélope Cruz adiciona humanidade e humor à trama com maestria e é impossível não se encantar com sua personagem. Surpreende, no entanto, que justamente Mase, a protagonista interpretada por Jessica Chastain, seja a menos carismática da equipe.
Quebra de estereótipos
Filmes de ação e espionagem sempre colocaram as mulheres como tolas ou manipuladoras. Elas os atraem a mando de algum superior (homem) ou precisam ser salvas. As Agentes 355 quebram tal estereótipo. Os tempos mudaram, e agora temos uma filme de ação genérico feminista. Com mensagens nada sutis, mas ainda assim poderosas, sobre a importância das mulheres trabalharem juntas, terem sororidade e carregarem o bem da humanidade nas costas sem receberem o devido crédito por isso.
Com boas cenas de ação, mulheres que lutam e não hesitam em usar armas, além de destemidas e inteligentes, o longa é bem feito, divertido, e transita bem entre a ação e o humor – talvez com alguns minutos e reviravoltas a mais no roteiro. Para as garotas que cresceram assistindo James Bond, Duro de Matar e derivados, é bom ter protagonistas mulheres apenas se divertindo na tela, matando alguns caras maus que insistem em cruzar o caminho delas e de todas nós.
Por fim, As Agentes 355 tem uma energia sessão pipoca de domingo a tarde com a família, um entretenimento que não exige muito do espectador, mas agrada a todos de forma satisfatória e nos deixa animados após a sessão (algumas podem, inclusive, revisitar o sonho ingênuo de ser espiã, mas sem trabalhar para homens).
