Filmes

Crítica | Pânico

O slasher mais cinéfilo e debochado de todos os tempos está de volta! Assim como os boletos insistem em nos assombrar, Pânico reaparece determinado a não dar paz para nossa heroína, Sidney Prescott. Com o roteiro cheio de críticas afiadas e revisitando a típica metalinguagem divertida dos filmes, a sequência consegue quebrar a fórmula sem sair dela, uma magia que nos envolve emocionalmente, joga seguro, mas traz certo frescor.

A cidadezinha de Woodsboro vê renascer a onda de assassinatos que já conhece há quase 25 anos: alguém mascarado ataca a facadas adolescentes sozinhos em casa. Só que dessa vez, a coisa parece um pouco diferente. De volta à cidade natal, Sam (Melissa Barrera) está envolvida nos assassinatos, que buscam trazer à tona segredos do passado brutal vivido naquele local.

Uma mescla de reboot e remake – no qual o filme traduz num monólogo incrível, crítico e engraçado, Pânico revisita a franquia. Introduz novos personagens e incrementa a velha fórmula conhecida, acenando para os fãs ao mesmo tempo que os surpreendem, ilustrando que Dewey (David Arquette) está certo: realmente dessa vez não parece tanto com a história que conhecemos.

Foto: Divulgação / Paramount
Para agradar os fãs

Além de Dewey, temos a presença marcante de Courteney Cox e Neve Campbell revivendo, respectivamente, Gale e Sidney! Apesar da nostalgia e das constantes referências ao Pânico 1, principalmente, o filme não hesita em tomar novos rumos e mexe com o coração dos fãs que riem (de nervoso ou não) e lamentam em igual medida.

O novo elenco é bom e consegue imergir na atmosfera trash e sangrenta da franquia. Além do frescor na fórmula, o filme também traz atores mais diversos, como a protagonista, Melissa Barrera, uma atriz mexicana. Alguns nomes já conhecidos do universo teen atual, como Jenna Ortega e Dylan Minnette –  atraem a audiência mais nova. No entanto, é Jack Quaid (The Boys) como Richie, que rouba a cena e serve demais ao público.

Pânico é um presente para os fãs da franquia 

A franquia Pânico sempre foi um debate aberto sobre o cenário dos filmes de terror. Essa metalinguagem é divertida, nerd de um jeito debochado e acessível. Os roteiristas James Vanderbilt e Guy Busick entenderam essa essência. Sem ficar preso em saudosismos, o filme consegue ser irreverente de uma forma atual. Conversa tanto com os fãs da franquia quanto com a nova audiência que almeja conquistar. Pânico é quase como um debate geracional e a percepção diferente dos públicos, mas com muito sangue nas entrelinhas.

Ghostface está com sede de sangue e parece que enquanto este não for de Sidney Prescott, o vilão clássico dos anos 1990 não irá descansar. Há quase 25 anos e 4 filmes na conta, já vimos essa história se repetir, mas nunca desta forma. É um excelente filme para assistir com os amigos. Pânico traz de volta a irreverência da franquia e a autorreferência, com nostalgia, novidades, muitas facadas e a eterna dúvida: devemos ter medo de Ghostface ou dos cinéfilos fãs de terror?

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