Crítica | Perdida
Após dez anos do livro “Perdida”, o filme finalmente ganhou vida nas telonas e o resultado não poderia ser melhor: a produção está impecável.
Apesar de algumas mudanças significativas na história (a Sofia do filme é apaixonada por romances de época, ao contrário da nossa protagonista no livro que ama a modernidade), o romance que ultrapassa as barreiras do tempo, protagonizado por Giovanna Grigio e Bruno Montaleone, tem a mesma energia e magia dos livros.
Produzido pela Star Original Productions, o filme baseado no livro da autora Carina Rissi, conta a história de Sofia Alonzo. Após utilizar o celular emprestado de uma mulher misteriosa, ela é transportada para um mundo diferente, semelhante ao século 19.
Acolhida pela família do encantador Ian Clarke, Sofia tenta desesperadamente encontrar uma forma de retornar a sua vida.
Personagens presentes
Diversos personagens icônicos do livro estão no filme. Enquanto alguns não tiveram quase destaque, como a Sra. Madalena, outros surpreenderam, como a jovem Elisa Clarke. A atriz Nathália Falcão trouxe a essência da irmã mais nova de Ian: delicada, cordial e extremamente fofa!
As meninas são o grande destaque. Valentina é cheia de personalidade (é sonhar demais ter um filme de Desencantada?). O alívio cômico ficou com a (sa)fada madrinha nada convencional, Abigail. Ao contrário do livro, ela é mais presente e divertida.
A costureira Madame Georgette, o sr. Lucas Guimarães, Dr. Almeida, Sr. Albuquerque, e até o cavalo Storm, também estão em Perdida. Contudo, justamente a melhor amiga da protagonista, Nina, ficou apagada no filme.
A história dela é resumida em uma viagem com o Rafa (que nem aparece) e está longe de ter a personalidade forte da Marina que conhecemos.
Destaques
A nossa Sofia e Ian entregaram tudo, química de milhões! Os fãs não precisam ficar com medo, porque a atriz Gioavanna Grigio trouxe o jeitinho empoderado e debochado da Sofia.
Já o ator Bruno Montaleone, conseguiu transmitir pelo olhar as descrições do jovem apaixonado e impetuoso que a autora tanto descreveu nos livros.
“Ian me beijou, ainda na porta do quarto, até que tudo ao meu redor se tornasse um borrão giratório e eu ficasse sem fôlego. (…) Eu estava finalmente em casa”.
Outro ponto positivo é o roteiro bem escrito. Apesar do final ser um pouco corrido, o filme consegue apresentar bem os personagens ao espectador.
Por fim, os cenários e figurinos são exuberantes. Os bailes, a mansão dos Clarkes, as citações à Jane Austen, o icônico All Star vermelho… vários elementos importantes estão no filme para a alegria dos fãs. Pena que a música do casal, Won’t Stop, da banda One Republic, ficou de fora da trilha sonora.
Perdida é um filme encantador, muito bem produzido. E apesar de transitar entre séculos, ressalta o empoderamento feminino nas personagens. Sofia consegue arrebatar o coração de Ian, mas também revolucionar a época em que as mulheres eram submissas.
Enquanto assiste, o público é transportado para um outro mundo igual à protagonista. O filme está à altura da autora Carina Rissi e traz todo o reconhecimento que ela merece.
Assista ao trailer: