Eleanor & Park
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| (Foto: Bruna Castilho) |
Eleanor & Park é um dos melhores livros da Rainbow Rowell sem dúvidas!
A história dos personagens te faz voltar no tempo e ter vários remembers horríveis, mas engraçados: como o primeiro dia de aula, o primeiro dia que você viu o boy, a primeira vez que vocês se falaram…
Park é um coreano geek (amo)apaixonado por quadrinhos e músicas punk. Não chega a ser o popular da escola, mas impõe respeito.
Os dois se sentam lado a lado todos os dias no ônibus da escola, dividem vários quadrinhos do X-man…mas nunca conversaram. Sabe aquela coragem que a gente tirava de manhã e pensava: é hoje! De hoje não passa, vou falar com o boy!
Atenção para as trocas de várias músicas nas anotações e no toca fita entre eles (o livro se passa em 1986). U2, Beatles, Alphaville…leiam com um bloquinho do lado para ir anotando os the bests songs!
As páginas se alteram entre as visões de Eleanor e do Park, então em um mesmo acontecimento rolam ás vezes a visão dos dois sobre aquilo. Particularmente eu gosto bastante dessa dinâmica que alguns autores usam, acho bacana ter a perspectiva de mais personagens na história.
Risada garantida, ou seu dinheiro de volta. Adoro a escrita da Rainbow, porque todos os personagens que ela cria, tem um humor irônico, e com eles não tem diferença, você dá muita risada, ainda mais com a Eleanor que tem umas tiradas incríveis!
Alerta spoiler: só leia se você já leu o livro!
Preciso compartilhar esse momento com vocês! Imaginem essa cena com Photograph, do Ed Sheeran (Parkenor me matariam?)
“We keep this love in a photograph, we made these memories for ourselves
Where our eyes are never closing, hearts were never broken and time’s forever frozen”
Quando Park lhe pediu que lhe desse uma foto dela, Eleanor ficou aliviada por não ter uma.
− Vamos tirar uma então.
− Hum… tá bom.
− Beleza, legal, vou pegar a máquina da minha mãe.
− Agora?
− Por que não?
(…) Ele colocou o braço em torno dela.
− Não devemos esperar? – perguntou Eleanor. – Por uma comemoração, ou algo mais memorável.
− Quero me lembrar de hoje à noite Park disse.
Às vezes, ele era tao bobo.
Lindo né? O melhor é que todas as páginas são assim, dá vontade de recomeçar a reler assim que termina.
Como eu disse anteriormente, eles têm uma playlist literária muito boa, Smiths, The Cure, Bryan Adams, entre outras, e essa é mais uma das cenas fofas do livro.
Ele se deitou na cama e cobriu os olhos com o antebraço. Dava para vê-la. Na cabeça dele. Imaginou as luzes verdes do aparelho de som. As luzes da cidade vindo da janela. Imaginou o rosto dela brilhando, a luz mais interessante da sala.
– Tá ouvindo U2? – ele perguntou. Dava para ouvir Bad tocando ao fundo.
– É, acho que é minha música favorita atualmente. Fico rebobinando, ouvindo sem parar.
– Qual é sua parte favorita?
– Da música?
– Isso.
– Ela toda – disse Eleanor –, principalmente o refrão. Ou melhor, acho que é o refrão.
– I’m wide awake – ele cantou um pedacinho.
– É… – ela confirmou baixinho.
Ele continuou cantando. Porque não sabia exatamente o que dizer em seguida.
Tudo que é bom, dura BEMpouco, e o final do livro não vou falar (vai que alguém está vendo mesmo com o alerta spoiler, também sou dessas que não se aguenta), mas foi o grande divisor de águas entre as leitoras. Eu gostei justamente por isso, fugiu do tradicional e nos faz refletir em como conduzimos nossa vida, pois alguns acontecimentos estão fora do nosso controle, por mais que lutemos pelo que desejamos.
Leiam! E se já leram, releiam! Porque é uma história linda, um romance profundo entre jovens com um enredo e final que surpreende.
