Extraordinário | Crítica
Um dos filmes mais aguardados do ano, “Extraordinário” dispensa comentários. Muito fiel a obra, a adaptação do livro de R.J. Palacio vem com todos os itens necessários para fazer você sair feliz do cinema: temática importante, bons personagens, atuações incríveis e uma boa dose de humor e carisma.
Aqui conhecemos August Pullman, um menino que nasceu com uma síndrome genética cuja a sequela é uma deformidade facial. Depois de 27 cirurgias, ele ainda não enfrentou uma escola de verdade…até agora. Prestes a começar o quinto ano, Auggie tem uma difícil missão: convencer os colegas que apesar da aparência incomum, ele é um menino igual a todos.
“Grande é aquele cuja a força conquista mais corações pela atração do próprio coração”
Quem já leu o livro, sabe o quão apaixonante é a história e os personagens. Auggie é um menino incrível, que cativa qualquer um logo de início. Jacob Tremblay mostrou mais uma vez que não veio para brincar e é uma grande promessa para o cinema. Depois de mostrar o seu grande talento em O Quarto de Jack (2015), ele conseguiu mais uma vez nos emocionar no papel de August.
O longa traz temas muito importantes e de grandes debates atuais, como o bullying e a inclusão social. Aqui, o personagem sofre diversas agressões psicológicas, principalmente pelo seu colega de classe, Julian. Ao mesmo tempo, vemos um menino que apesar de viver com um capacete por causa de sua aparência, é sonhador, fã de Star Wars (as cenas com o chewbacca são as melhores), que tem toda a proteção e força da família para enfrentar o que vier.
“Se eu encontrasse uma lâmpada mágica e pudesse fazer um desejo, pediria para ter um rosto comum, em que ninguém nunca prestasse atenção”.
Foto: Divulgação |
R. J. Palacio nos deu a grande chance de conhecer a fundo cada personagem. Assim, como no livro, a história é dividida em capítulos e narrada por cada um que faz parte da vida de Auggie. A irmã dele, Via (Izabela Vidovic), também traz um assunto importante, a melancolia e aceitação na adolescência. Pena que alguns capítulos (por óbvio) ficaram de fora, como os de Justin, namorado de Via, e Summer, colega de August.
A escolha do elenco foi um acerto em cheio. Julia Roberts nos emociona cada vez que passa dificuldades com o filho, ou que vibra pela sua vitória. Ela abdicou da carreira para viver em função do garoto e não mede esforços para ajudá-lo. JackWill (Noah Jupe), o melhor amigo de Auggie, é tão fofo que dá vontade de ser criança de novo só para ser best dele também. Owen Wilson trouxe o lado cômico, como o pai divertido, e relembrou muito seu personagem em Marley & Eu. O professor Browne (Daveed Diggs), é muito importante na história, pela sua postura diante de Auggie como formador de opinião e sempre o incentivar.
Extraordinário é um filme para todas as idades, para refletir sobre assuntos que por muitos anos a sociedade deu as costas, como o bullying. Vendo tudo do ponto de vista inocente de uma criança extramente gentil, é uma linda história sobre diferenças e superações, perfeita para fechar 2017. Uma certeza? Você irá chorar!
Assista ao trailer: