Filmes

In your eyes


Esse filme é aquele típico da Netflix que após assistir, vem aquela pergunta do seu eu interior “por que não vi isso antes?”. Um romance que ao bater o olho na sinopse pode parecer bobo, mas sua história é muito mais envolvente do que aparenta. Vale muito a pena ser visto com ou sem o crush! 

Rebecca (Zoe Kazan) e Dylan (Michael Stahl – David) apesar de nunca terem se visto e morarem longe um do outro, de forma inexplicável, eles podem se ver, se ouvir e se sentir desde que eram crianças. Antes, o que era apenas flashes e relances, começou a se tornar frequente. Tudo porque em um certo dia, os dois conseguiram finalmente controlar a mente e se “conectar” um com o outro.

Becca vive frequentando noites de gala com seu marido Phillip (Mark Feuerstein), um médico renomado, que apesar de ama-la muito, tem vergonha de seus “surtos” em público e de algumas atitudes que ela não tinha antes, como falar “sozinha”. É aí que começa a suspeitar que a esposa seja esquizofrênica. Enquanto Dylan, é um ex-presidiário, que após se “envolver” com a moça, passa a tentar andar na linha e ser um cara melhor, para impressioná-la.


Zoe nunca esteve tão bem em uma atuação, uma das melhores, na minha opinião. Em “Será que?” ela foi bastante criticada, além de seu romance com o personagem de Daniel Radcliffe não convencer. Mas aqui, ela apresentou uma personagem cheia de conflitos internos, olhares vazios, como se estivesse buscando um sentido para a vida a todo momento.  Já Michael foi uma revelação. Ele nunca atuou em um filme blockbuster, talvez esse tenha sido o grande “quê” do romance deles. Apesar da história telepática ser irreal, nos convencemos de imediato pelo carinho que um sente pelo outro, é algo puro.

O filme contém cenas bem engraçadas, imagina: Você conversando com seu namorado, amigo, o que seja em lugares públicos, mas sem telefone, apenas pela mente. Leva ele pra passear, dança junto ouvindo a música da mente dele… Pois é, é nesse nível de loucura do filme. E por isso ele se torna único e não mais uma comédia romântica água com açúcar.

Sem spoiler, mas tem uma cena que é muito bonita, da forma como foi montada. Tenho certeza que depois disso te instigará a assistir: Becca queria mostrar a ele suas fotos que ficavam guardadas no porão. Ao descobrir que seu marido jogou fora todas as suas lembranças, ela fica completamente bêbada e acaba desabafando tudo para Dylan, seus medos do passado que ainda vem à tona e suas inseguranças. Quando um começa a abrir o coração para o outro, Becca despe suas roupas, assustada mas cheia de desejos, e pede que Dylan se toque, para que ela o sinta. Numa linda cena, os dois acabam fazendo amor.

Becca e Phillip. Ela sabe que não sente pelo marido o mesmo que sente pelo cara que  fala em sua mente.

Com altos e baixos e apesar do fim conter uma das cenas com mais ação, achei supérfluo o modo como tudo se desdobra na vida dela, as atitudes bem desnecessárias do marido e um final bem apressado até os “finalmentes” que esperávamos desde o começo.

Alguns personagens como Donna (Nikki Reed) aparecem bastante. Dylan sempre sentiu uma forte atração por ela e até tenta flertar com a ajuda de Becca, mas claro que vira uma cilada, Bino. Mas a impressão que dá, é de que toda vez que alguém que não seja o casal tenta ganhar algum destaque no filme, acaba se tornando chato, pois a química dos dois é tão forte, que eles conseguem levar agradavelmente até o final. 

O roteiro é assinado por nada mais nada menos que Joss Whedon, roteirista e diretor de sucessos como Os Vingadores, Glee e Buffy.

Com a graça divina, esse filme não tem tradução em português (todos sabemos quantos títulos traduzidos são vexatórios). Você pode encontrar o longa na Netflix. Com 105 minutos que passam tão depressa, o gosto de quero mais com certeza ficará!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *