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Inocência Roubada


Uma história real e extremamente delicada sobre abuso sexual infantil. Dirigido pela própria atriz, Andrea Bescond, ela conta os traumas de sua infância e como eles impactaram sua vida. Na maioria das vezes, os filmes franceses apresentam um roteiro intenso e personagens que realmente nos tocam. Nessa história não foi diferente. 
Odette é uma menina de 8 anos que adora dançar e desenhar. Por que ela deveria desconfiar de um amigo de seus pais que se oferece para “fazer cócegas” nela? Anos depois, já adulta, Odette percebe que ela foi abusada e mergulha de corpo e alma em sua carreira como dançarina ao tentar lidar com seu passado. Baseado em uma história real vivida pela própria atriz, bailarina e diretora Bescond, a produção é uma adaptação de um espetáculo de dança, que foi uma das formas encontradas por ela para se libertar dos traumas sofridos na infância.

Entre fashbacks de memórias traumáticas, conhecemos a vida de Odette: da sua infância com o repugnante abusador, em sua vida adulta totalmente dedicada a dança e suas conversas e libertações com a psicóloga. Mais um relato e triste caso de um monstro, pai de família, sempre gentil e bem difícil de desconfiar. Tanto que o título original do filme é “Les Chatouilles” (as cócegas), referência as brincadeirinhas inocentes do pedófilo. Esse mesmo nome leva a peça “Cócegas ou a dança da raiva”, em que a atriz e diretora protagonizou em 2015 e foi premiada. 

Foto/Divulgação – A2 Filmes


Ainda criança, ela consegue uma bolsa em Paris e vê a chance de se afastar do abusador. Odette sempre teve a certeza de que tudo o que aconteceu foi por sua culpa, por isso se afundou em drogas, relacionamentos tóxicos com outros homens e levou uma vida sem nenhuma auto estima. Foi a dança que a reergueu e a fez encarar tudo com um outro olhar, é através dessa arte que ela consegue expressar seus sentimentos. É muito inquietante “presenciar” tudo o que ela teve que passar, seus medos e inseguranças por causa de um monstro. É claro que ela não consegue ignorar todos esses turbilhões de sentimentos horríveis e é na terapia que ela se liberta de todos os traumas e cria a coragem necessária para contar o que lhe aconteceu aos amigos e familiares. 

Foto/Divulgação – A2 Filmes



A relação dela com a mãe sempre foi bem distante. E ao contrário do pai, que acolhe e apoia a filha, a mãe dela não acredita em nada do que ela conta. É por isso que muitas mulheres nunca denunciam o abusador, porque infelizmente não tem o apoio dentro da própria casa, sendo que o que mais quer numa situação dessa é apenas ser abraçada e receber bastante apoio da família. Felizmente Odette consegue levar o pedófilo para o tribunal, onde já foi julgado outras vezes por abuso de mulheres. 

Foto/Divulgação – A2 Filmes



Inocência Roubada tem uma importante mensagem sobre romper esse ciclo que é o abuso sexual. As mulheres precisam ser escutadas, todos os agressores merecem uma punição, as pessoas precisam saber quem eles são. Felizmente, Andrea conseguiu ter voz e com uma coragem imensa, contou ao mundo, com maestria, sua história, através dos palcos e do cinema. Mais um filme francês que entrou para a minha lista de favoritos. 

Assista ao trailer:


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