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Meu Rei


A violência psicológica, dependência amorosa e tantos outros debates que envolvem um relacionamento, vem sendo bastante discutidos. O longa Meu Rei, é um ótimo filme para assistir, apreciar e refletir em muitos aspectos. Mais uma produção francesa que traz um forte impacto, não só pelo belíssimo drama, mas pelas atuações admiráveis e contundentes. 

Depois de um grave ferimento no joelho, Marie Antoinette (Emmanuelle Bercot), mais conhecida como Tony, se muda para o sudoeste da França para realizar um longo tratamento capaz de ajuda-lá a voltar a caminhar normalmente. Mas esta não é a sua maior dor: ela ainda amarga um relacionamento infeliz com Georgio (Vicent Cassel), um homem violento com quem tem um filho. Aos poucos Tony consegue se recompor e aprende a se defender do seu marido.

Aqui é mais uma história com aquele balde de água fria da vida que não conseguimos sair imunes, e aquele velho clichê que os opostos se atraem e se destroem, comprovam a vida de Tony e Georgio. Através da detalhada narrativa, podemos acompanhar como eles se conheceram. Ela, uma advogada séria e organizada, ele, um desapegado chef sedutor. Tudo muito rápido, o “eu te amo” aparece, assim como o primeiro filho, as primeiras brigas e o término do que mal começou. 

Foto: Divulgação

Tudo conspira para você assistir as duas horas de filme tranquilamente, como se acompanhasse um relato de amigos próximos, até porque finalmente, o relacionamento abusivo vem sendo o tema de muitas discussões e tabloides. Quando Tony ameaça ir embora, ele a convence a ficar de formas manipuladoras, tendo a noção do controle e poder que exerce sobre ela. É um romance submisso, onde ela deixa entrelinhas, que veio de relacionamentos abusivos anteriores, claramente não consegue ver a felicidade sem alguém por perto.

Foto: Divulgação


Emmanuelle fez jus ao seu prêmio de Cannes como melhor atriz. Esquecemos que tudo aquilo é só uma interpretação, graças a surpreende clareza de emoções e carga emocional que ela transmite: as alegrias, expectativas, dores e incertezas. Já o ator, Cassel, traz toda a vaidade e galanteio que o seu personagem exige. Aos poucos, vemos o Rei tendo poder total sobre a sua submissa, através de palavras grotescas, agressões e todo um jogo psicológico. 

Foto: Divulgação


Composto por um forte enredo psíquico, o filme consegue nos fazer questionar sobre vários pontos de um relacionamento, de uma forma totalmente humana e acentuada. 
Meu Rei é uma obra prima francesa, delicada e ao mesmo tempo devastadora, onde nos fazem oscilar na montanha russa de sentimentos juntos de seus marcantes personagens. 

Assista ao trailer: 

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