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O Brutalista |Crítica

Com dez indicações merecidas ao Oscar 2025, “O Brutalista” se firma como um dos filmes mais grandiosos do ano.

A história mergulha profundamente no retrato de Toth László — um arquiteto húngaro-judeu sobrevivente do Holocausto que chega aos Estados Unidos em busca de um novo começo.

Com 3h35 de duração, o filme dirigido com excelência por Brady Corbet (“Vox Lux“), é dividido em duas partes com intervalo de 15 minutos, e surpreende ao manter um ritmo envolvente sem que o tempo se arraste.

Logo no início, acompanhamos a chegada do protagonista à América, após anos de dificuldades e sofrimento. De início, ele mora com o primo Átila (Alessandro Nivola), dono de uma loja de móveis na Filadélfia e que lhe oferece um emprego na área de arquitetura.

O peso do passado nunca abandona László. Assombrado pelos horrores da guerra, ele encontra refúgio nas drogas, mas segue determinado em seu objetivo.

O desejo de reencontrar sua esposa, Erzsébet (Felicity Jones), que está presa na fronteira austríaca com a sobrinha Zsófia (Raffey Cassidy), é o que o mantém firme.

Injustamente afastado pelo primo, László vê a sorte mudar quando reencontra Lee Van Buren (Guy Pearce), um milionário para quem projetou uma biblioteca moderna.

Fascinado pelo talento de László, Van Buren faz uma proposta tentadora: projetar um grandioso monumento modernista em memória de sua mãe, com a promessa de ajudá-lo a trazer Erzsébet para os EUA.

Créditos: Divulgação / Universal Pictures

Segundo capítulo

O que começa como um sonho logo se torna um jogo de poder. A relação entre László e Van Buren vem carregada de tensão, admiração, abuso e até mesmo desprezo.

O empresário lhe dá liberdade criativa, mas nunca perde a chance de lembrar de onde ele veio — e até onde pode ir. Contudo, László sabe que é mega talentoso e não permite que ninguém interfira em sus obras.

A chegada de Erzsébet marca um ponto de virada na trama, trazendo ainda mais conflitos. Fragilizada por problemas de saúde decorrentes da fome e das privações da guerra, juntos, eles tentam se reerguer em um mundo que insiste em derrubá-los.

Créditos: Divulgação / Universal Pictures

O ponto positivo de “O Brutalista” é a forma como constrói não apenas a jornada de László, mas também a complexidade emocional dos personagens.

O ator Adrien Brody entrega uma das performances mais marcantes de sua carreira. Sua presença em cena é magnética, transmitindo a vulnerabilidade e força do personagem. Guy Pearce também brilha no papel do manipulador Van Buren, tornando a dinâmica entre os dois um dos grandes destaques do filme.

Com grande reviravolta e um final emocionante, “O Brutalista” retrata a resiliência, orgulho e ambição em uma época marcada pelas cicatrizes da guerra, onde a reconstrução não é apenas física, mas também emocional e moral.

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