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O Corvo | Crítica

Remakes já se tornaram um pesadelo para muitos fãs de cinema, e o novo “O Corvo” é mais um exemplo. Baseado nas HQs de James O’Barr, publicadas em 1989, o filme chega aos cinemas 30 anos após o lançamento do clássico de 1994, que ficou marcado pela trágica morte de Brandon Lee durante as filmagens.

Neste novo filme dirigido por Rupert Sanders (Ghost in the Shell) e estrelado por Bill Skarsgård (It – A Coisa), traz toda uma atmosfera sombria. Mesmo repleta de vingança e mortes brutais, é extremamente maçante ao explorar por quase uma hora o romance entre os dois protagonistas com zero química.

Na história, Eric Draven (Skarsgård) e Shelly Webster (FKA Twigs) se conhecem em uma reabilitação e se conectam à primeira vista. Após o brutal assassinato do casal, Eric é ressuscitado por um corvo místico. Oscilando entre a vida dos vivos e mortos com habilidades sobrenaturais, ele tem a missão de fazer justiça com as próprias mãos.

O foco exagerado e a demora na trama acabam tornando tudo forçado. Este é o primeiro filme de FKA Twigs, e o roteiro não ajuda na sua atuação.

Créditos: Divulgação/ Imagem Filmes

“O Corvo não entrega desenvolvimento necessário para a trama”

Ao invés de diálogos intensos e construtivos para os protagonistas, os desdobramentos fáceis são regrados com muitas cenas sexuais. Quando o lado justiceiro e vingativo de Eric vem a tona no segundo a história se torna uma sequência de mortes, mas sem diálogos bem construídos, até o encontro com o vilão Vicent Roeg (Danny Huston).

Até a cena da ópera, que deveria ser uma das mais marcantes do filme, acaba se tornando cansativa, mesmo sendo um dos melhores momentos do filme de 1h51. Quando o confronto final finalmente acontece, ele é rápido e sem emoção.

É claro que a caracterização, maquiagem e produção do filme são muito bem feitas. As cenas em que Eric recoloca seus ossos expostos e se restaura após cada tiro são um pouco desagradáveis de assistir, mas muito bem executadas.

A trilha sonora, com músicas de Joy Division, Ozzy Osbourne e Marilyn Manson, contribui para a atmosfera sombria. No entanto, a figura do corvo, que é essencial para a história, acaba se perdendo no filme.

“O Corvo” pode agradar os fãs de Bill Skarsgård ou quem gosta de romances góticos mais “pipoca”, sem se preocupar tanto com uma história bem desenvolvida. No entanto, quem espera algo mais fiel à obra de James O’Barr, a decepção é quase certa.

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