White Lines
Do mesmo criador de La Casa de Papel, White Lines tem todo o universo para conquistar milhares de fãs: na paradisíaca Ibiza, Espanha, a bibliotecária Zoe descobre vinte anos depois, que seu irmão mais velho, o famoso DJ Axel Collins, foi brutalmente assassinado.
Ela deixa para trás a família em Manchester, Inglaterra, para investigar o que realmente aconteceu com Axel. Mas no meio de toda a investigação, Zoe reencontra os melhores amigos do irmão, conhece a poderosa família local, os Calafat, e se envolve com o chefe de segurança deles, descobrindo que todos ali tinham motivos para matar o irmão. Será que ela realmente o conhecia bem?
Em um cenário com muitas festas, drogas e sexo, a série apresenta aos poucos cada personagem. Interpretada por Laura Haddock, Zoe é uma protagonista chata – não só ela, mas toda a sua família, totalmente influenciável e com constantes mudanças de opiniões. A atriz não apresenta nenhum carisma, o oposto do grande protagonista da história, Boxer, interpretado pelo ator português, Nuno Lopes, que inclusive já fez novela na Rede Globo, o Murruga de Esperança, em 2002.
Boxer é o segurança particular dos Calafat e mora dentro de uma balada. Ao se envolver com Zoe, ele acaba enfrentando vários problemas, principalmente por dizer “sim” para tudo o que a moça pede. A relação dos dois acaba roubando toda a atenção da história, pena que a indecisão constante dela faz deles um casal ioiô. Apesar de ser ogro no tamanho, Boxer é muito sensível. Nuno Lopes conquistou facilmente o público desde o primeiro episódio com seu carisma e talento.
No decorrer da trama conhecemos personagens com histórias interligadas ao Axel. O ex casal Marcus (Daniel Mays) e Anna (Angela Griffin), são um deles. Marcus é DJ, mas se envolveu com traficantes romenos. Ele não superou o término com a ex, que atualmente promove orgias entre a elite e irá se casar com outro homem. Zoe percebe logo que reencontra Marcus, que ele carrega grandes segredos sobre o irmão.
Axel tinha uma tatuagem no peito, escrito “Kika”. Logo Zoe descobre que se trata de Kika Calafat (Marta Milans), a ex namorada do irmão, que mesmo após vinte anos, permanece imatura e inconsequente – mas não tanto quanto o seu irmão, Oriol (Juan Diego Botto). O sonho dele é comandar a empresa do pai. A série carrega histórias pesadas, com a mensagem de que tudo pode acontecer em Ibiza, mas a relação mais íntima de Oriol com a mãe dá um certo nojinho.
A forma como cada personagem se conecta é muito bem construída, conseguimos conhecer a intimidade e motivação de cada um, mas a forma como Zoe lida com tudo é bem estranha e acaba fugindo um pouco do que a série aparenta querer mostrar no início.
Os fatos que ela descobre sobre o irmão parecem não chocá-la em nenhum momento, pelo contrário, a instiga ainda mais em deixar a família para trás e cair na farra de Ibiza. Aparenta constantemente que ela e muitos personagens não superam que já têm quarenta anos, mas insistem em continuar vivendo a vida loucamente como faziam vinte anos atrás – essa imaturidade chega a irritar um pouco. Isso é perceptível pela reação de Zoe quando finalmente ela descobre quem matou Axel.
White Lines mostra em casa episódio que toda ação tem uma reação, ou seja, as atitudes que cada um cometeu no passado, refletem agora no presente. Com muita música eletrônica, drogas, sexo e traições, a série apresenta constantemente grandes revelações, não deixando a história monótona. Se a protagonista tivesse o mesmo carisma que o Nuno Lopes trouxe a série, com certeza o resultado seria ainda melhor.
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