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Até a Morte: Sobreviver é a Melhor Vingança

Megan Fox é feminista do seu jeito. Anos atrás, quando assistimos Garota Infernal pela primeira vez, mal sabíamos que estávamos vendo algo à frente de seu tempo. E que, anos depois, se tornaria um marco cultural da época. 

Até a Morte – Sobreviver é a Melhor Vingança, parece clichê, mas esconde alguns tesouros que valem a pena sua atenção.

O casamento de Emma (Megan Fox) está em crise, principalmente porque ela parece ter se casado com um babaca rico, influente e manipulador.

No jantar de aniversário de casamento, o clima entre os dois é frio e tenso. Assim, as comemorações acabam na casa do lago – local com boas lembranças, mas que ultimamente está abandonado. 

Contudo, na manhã seguinte, o marido de Emma a acorda com uma surpresa perturbadora. Sozinha, ela precisa dar um jeito de ir embora da casa – que está no meio do nada, atolada de neve.

Divulgação – PlayArte

Sem estereótipos

Esse é um clássico filme de sobrevivência, no qual ficamos tensos do começo ao fim, torcendo para a personagem sair viva daquela situação absurda. De primeira, parece que Megan Fox interpreta uma gostosa com cara de nada. No entanto, Emma é muito inteligente. 

Não há momentos de desespero intelectual, pois a personagem faz exatamente o que faríamos na situação, não hesita e nem toma decisões absurdas. Pelo contrário, é corajosa, esperta e tão impiedosa quanto os vilões.

Esse é o primeiro protagonismo solo de Megan Fox. Até então, a atriz tinha, no máximo, dividido a cena com outro personagem. Até a Morte, de um jeito extremo, fala sobre dependência e relacionamentos abusivos de um jeito mais prático.

Não romantiza a relação, mas mostra que os motivos que fazem as pessoas ficarem, às vezes não envolve amor. Além disso, o filme propõe discussões interessantes sobre o machismo e a dinâmica da relação não apenas de Emma com os homens, mas entre eles, também.

Mulher x machismo

Divulgação – PlayArte

Isolada no lugar que parece o mais frio do mundo, o cenário reflete como a personagem se sente. O roteiro de Jason Carvey é repleto de metáforas pouco sutis e eficientes.

Emma algemada a um marido que nem sequer está mais lá – reflete como as mulheres podem ser prisioneiras de um relacionamento que já chegou ao fim. 

Combinada a direção competente de S. K. Dale, o filme consegue manter um bom ritmo e segurar a atenção (e apreensão) até o final. Mistura clichês do gênero com inventividade autoral bem interessante.

Apesar das mãos masculinas, Até a Morte: Sobreviver é a Melhor Vingança conta uma ótima história sobre violência contra a mulher. E, principalmente, em como os homens estão dispostos a vilanizar a figura feminina e se unir de formas que as mulheres nunca conseguiram. 

Por fim, Megan Fox está, novamente, coberta de sangue lutando pelo feminismo, sendo perseguida por homens brancos que querem simplesmente acabar com as mulheres. Não é spoiler dizer que, felizmente, ninguém detém uma gostosa com sede de vingança. 

Assista ao trailer:

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