Filmes

A Escolha

Foto: Bruna Castilho

O final tão esperado da trilogia foi surpreendente. Com muito mais mistério e ação do que o comum, A Escolha só pecou por um motivo: deixou vago uma das questões mais importantes que A Seleção e A Elite nos deu. 


Kiera Cass não deixou a narrativa mornar nem por um minuto. A todo instante você sente junto amor, raiva, angustia, um misto de sentimentos do que todos os personagens passam.

Claro, que apesar de óbvio, todos esperam a grande decisão de Maxon, quem será a escolhida. Mas até ele eleger é taaaaanta coisa que acontece, que em alguns momentos eu juro que pensei que era o George R. R. Martin escrevendo! 

“Obedeci, e mais uma vez fui espremida pelo vestido. Pensei em um soldado que se preparava para a guerra. A armadura era diferente, mas a ideia, a mesma.”

Apesar da America me matar ainda do coração (qual o problema das protagonistas em contar a verdade? Um bom tema de TCC), eu fiquei em muitos momentos com pena dela. O que aconteceu naquele quarto e as cartas de Maxon me fizeram chorar horrores. Suas palavras foram profundas e sensíveis. 

Primeira carta escrita por Maxon

Ao longo do livro, vamos vendo as escolhas que os outros personagens fazem. Como é conduzido o destino de cada um. Todos atingiram a minha expectativa. O final que Aspen levou foi muito bacana, depois de tudo o que aconteceu, ele merecia alguém especial do lado dele (não vou contar quem), porém mesmo que explicado depois, ficou um pouco “quem, onde, por que?” quando ele desiste de America. Claro, ele não podia viver para sempre em função dela, todos os personagens amadureceram de alguma forma, mas um amor tão forte que ele tinha virou amizade e ele já se apegou em outra? Assim? Do nada? Acho que faltou explorar mais essa parte, ao invés de só ficar na America confusa. 

” — Agora eu sei, Meri, que não importa o que aconteça… sempre vai existir uma ligação entre nós. nunca deixarei de me preocupar com você. Nunca deixarei de me importar com o que você faz. Você sempre vai significar muito para mim.”

Mas claro, como toda boa obra sempre tem falhas, essa não foi diferente. A forma como foi conduzida toda a história dos rebeldes, deixou uma grande expectativa para o final, certo? Só que o grande final mesmo, ficou inacabado. 

O desfecho da história por trás dos rebeldes do norte (que lutam pelo fim das castas) e os rebeldes do sul (querem destruir a monarquia, que surgiu de maneira corrupta, mas deixariam o povo na mesma situação) foi revelado.

August e Georgia, rebeldes do Norte, explicam muito bem a pretensão de cada grupo, e acreditam que Maxon e America teriam poderes e coragem suficientes para ajudá-los na missão.

Sei que deve ser difícil para as autoras escreverem um fim para a sua obra, ainda mais quando ela faz tanto sucesso. Ao meu ver, alguns acontecimentos se deram para tapar o buraco. Claro, a história central é a seleção e o triângulo amoroso Maxon- America- Aspen, mas já que desenvolveu essa batalha dos sulistas ao longo do livro, o certo seria algo mais detalhado sobre a grande que se sustentou até o final.

Claro, que entre o bang bang todo, as cenas de amor continuam a mil. Maxon não perde uma oportunidade de declamar o seu grande amor por America. 

“Amarei você até o meu último suspiro. Cada batida do meu coração é sua. Não quero morrer sem que você saiba disso.” 

Só sei que terminei o livro bem triste, porque me apeguei demais aos personagens. Não tem como não gostar, ele te dá aquela sensação de saudade ao chegar nas últimas páginas, além do final ser lindo. 

“Nada nunca vai tomar seu lugar, Maxon. E selei nosso amor para sempre.”

Se você teve essa coragem de ler até aqui sem ter lido o livro, não se intimide: leia! Essa trilogia de longe, é uma das minhas favoritas. 


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